sexta-feira, 16 de outubro de 2009


[vazio agudo] (Paulo Leminski)

vazio agudo -
ando meio
cheio de tudo

terça-feira, 13 de outubro de 2009

a saudade.
"...Não sei se saudade tem cor. Dizem que sim. O que eu sei é que ela tem forma. Tem gosto. Tem cheiro. E peso

também. E, acredite, ela tem asas! Se não, como nos transportaria tantas vezes a lugares tão distantes? E sei

ainda que ela se agiganta quando mais tentamos diminuí-la. Sei que ela dói de dor intensa e sem remédio. Se

não fosse ela, não sei se teríamos consciência do tamanho da importância das pessoas pra gente. Porque quando

amamos alguém, a saudade já chega por antecipação, sorrateira, disfarçada de algo que não conseguimos

decifrar. É aquela dor fininha de não sei o quê, a angústia boba que nos invade só de imaginar a separação. E

a gente fica meio sem saber o que fazer. Mas é assim... É uma dor que gostamos de sentir, um sabor que

queremos provar, é algo que não sabemos explicar, mas é quase palpável. É amor disfarçado de muita coisa. São

emoções guardadas bem lá no fundo. Saudade… do que foi e do que vai ser. Saudade que nos acompanha pra

diminuir a solidão e que nos mostra, sobretudo, que estamos vivos. Aprendi ainda que saudade não mata. É só

quase. A gente pensa que vai morrer, mas sobrevive sempre, porque ela traz escondidinha nela uma outra coisa

que chamamos de esperança, que nos ajuda a caminhar, porque saudade, como o amor, não é cega, saudade vê mais

além. E, muitas vezes, ela tem nome. A minha, tem vários..."

Letícia Thompson

sábado, 10 de outubro de 2009

O dia se vai , para longe
O Sol se vai , para longe
eu me vou , para longe,
e a lua aparece , e me faz companhia
e o céu escurece e traz nostalgia
o silêncio vem e me traz agonia
o olho se feche e traz a sintonia
a alma entristece de estar sozinha
e os pássaros cantam

e dia após dia,
segundo a segundo

cada respiração
cada transpiração

cada gota de saudade que sai do meu coração
em um lugar utópico me busco distante
e em um instante já não estou mais

me busco em uma poesia , em um conto
me faço de tonto para não mais existir

domingo, 4 de outubro de 2009

Palavras ao AR

Nunca imaginei ter tanta força neste como tenho ,

e tampoco gastar tanta energia assim .

Desgraçado pelo passado , impossivel de se situar no futuro .

Um amor desistido , não mais assistido

desperançado ,


um alguém que se tornou ninguém ,

ou o querer até se perder.

não sei exatamente como explicar,

nem por onde começar já que nunca houve fim para mim ,

o fim é apenas relativo de um objetivo não alcançado ,

é a verdade mentirosa de um charlatão apaixonado .

Sigo meus dias na sombra desta busca utopica

da paz imensurável das lindas tardes de primavera perdidas,

das folhas caidas sobre os braços dela,

da luz que cega os olhos sobre o por do sol,

do vento que vem do sul e susurra sobre entre as janelas entreabertas do meu quarto,

e o esquecimento das lembranças que tanto clamo não me escutam,

e permutam dentro do meu jaz ser .

Na cicatriz que carrego, do pesado fardo de paixão

segue uma luz a caminhar no umbral

passo
a
passo

e assim caminhar na marcha fúnebre dos que aguardam uma resolução
seja de quem for,


eu busco uma para mim,
não sei qual é..nem aguardo nem uma especial
mas sei que surpreendente será